Queda de 50% do sucesso de FIV ligada à vitamina D

A vitamina D é resultado da conversão de colesterol (sim, o tão temido, mas muito importante colesterol) através da exposição da pele à luz solar. Não é mito que a produção dessa vitamina é dependente de alguns minutinhos expostos ao Sol!

Ela desempenha mais de 80 funções no nosso organismo e regula até 3.000 genes de um total de 20.000 genes que temos no nosso corpo. Suas principais funções são absorção de cálcio e fósforo, prevenindo a osteoporose; e modulação do sistema imunológico, o nosso sistema de defesa contra infecções. Além disso, ela está intimamente relacionada ao sistema reprodutor feminino, podendo melhorar as taxas de implantação do embrião transferido durante o tratamento de fertilização in vitro (FIV).

A deficiência de vitamina D pode levar a algumas complicações de saúde como prejuízos à fertilidade, doenças autoimunes, cardiovasculares, infecciosas, depressão e câncer. Um estudo realizado com 11 mil pacientes durante 10 anos, demonstrou que85% das pacientes que apresentavam infertilidade sem nenhuma causa aparente, tinham deficiência de vitamina D.

Níveis baixos dessa vitamina podem estar relacionados a doenças como endometriosesíndrome dos ovários policísticos, sendo que nesta última condição, a incidência de deficiência de vitamina D é aumentada de 11% (encontrada na população geral de mulheres) para 44%! Outras doenças reprodutivas influenciadas pela falta dessa vitamina são miomatose uterina (miomas), baixa qualidade dos óvulos e falhas de implantação do embrião.

Mais impactante ainda são os resultados apresentados pelo estudo “Vitamin D Deficiency and Infertility: Insights From in vitro Fertilization Cycles” (em português: Deficiência de Vitamina D e Infertilidade: Considerações a partir de Ciclos de Fertilização in vitro” publicado no Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism(Jornal de Endocrinologia Clínica e Metabolismo) em novembro de 2014. Um dos resultados mostrou que mulheres com deficiência de vitamina D apresentam metade das taxas de gravidez clínica e das taxas de implantação de embrião em tratamentos de reprodução assistida quando comparadas a mulheres que não apresentam essa deficiência. Isso ocorre porque a falta dessa vitamina interfere no sistema imunológico, que pode fazer com que o corpo da mulher rejeite o embrião no momento da implantação, levando a aborto espontâneo.

Além disso, a deficiência dessa vitamina pode reduzir a qualidade dos espermatozoides e alterar as concentrações do hormônio testosterona nos homens, reduzindo as chances de engravidar.

Durante a gravidez, baixos níveis de vitamina D podem aumentar as chances de desenvolver diabetes gestacional, pré-eclâmpsia (hipertensão durante a gravidez) e parto prematuro.

A inserção da mulher no mercado de trabalho fez com que ela ficasse menos exposta ao Sol e passasse mais tempo dentro do escritório. Assim, a deficiência de vitamina D cresceu muito entre as mulheres. Os níveis desejáveis para vitamina D estão acima de 20ng/ml. Confira os valores de referência para concentração de vitamina D medidos em nanogramas por mililitro:

 

 

Mas o que posso fazer para que isso não aconteça comigo?

É aconselhável que as mulheres se exponham ao sol por 20 minutinhos todos os dias, nos horários que a exposição é benéfica: até as 10 horas e após as 16 horas. Esse “tratamento” é gratuito e até prazeroso e evita que você desenvolva deficiência dessa vitamina.

Se seus níveis de vitamina D já estão baixos, você deve realizar um exame atual para medir a concentração de vitamina D e seu médico aconselhará o melhor tratamento. Ele pode sugerir uma suplementação com essa vitamina em óleo ou em cápsulas e até mesmo mudanças nos hábitos alimentares, incluindo alimentos ricos em vitamina D como atum, gema de ovo, leite e seus derivados, cogumelo shitake e óleo de fígado de bacalhau.

Para você que vai fazer FIV: lembre-se de pedir ao seu médico para checar seus níveis de Vitamina D!



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