04 abr A infertilidade antes dos 40 anos
Os “40” sempre foram encarados como decisivos para as mulheres que desejam ser mães. Considerada por muito tempo a idade limite para se ter uma gravidez espontânea, hoje os quarenta anos quebram tabus e levantam discussões e curiosidades em torno do tema, já que cada vez mais surgem casos de mulheres mais jovens com dificuldades de engravidar.
Esse cenário não deve ser motivo para aflição e desespero, mas sim de alerta para aquelas que nunca pararam para pensar sobre a sua fertilidade. É importante entender que as chances de engravidar caem progressivamente após os 35 anos, entretanto, o problema pode aparecer mais cedo.
Doenças como miomas, DST’s e infecções ginecológicas atingem cada vez mais as jovens brasileiras. Esses problemas podem contribuir diretamente para a obstrução das trompas, que é uma das principais causas de infertilidade nessa faixa etária, assim como a endometriose. A idade do marido ou parceiro também pode interferir no processo.
Para identificar possíveis problemas de infertilidade, existe uma simples classificação para aquelas que não fazem uso de métodos anticoncepcionais e mantêm uma vida sexual ativa. Abaixo dos 35 anos a tentativa de engravidar pode ser de até um ano. Após os 35, a tentativa deve ser por seis meses. Passado esse tempo a mulher deve procurar ajuda médica, pois algo está errado.
Depois da consulta médica e realização de exames especializados, caso seja constatada a falência ovariana precoce, o tratamento mais indicado é a ovodoação, procedimento em que a paciente recebe óvulos de uma doadora. Essa técnica permite que após a fecundação e implantação do embrião no útero da receptora, ela passe a ter uma gestação comum. Daí em diante, é só esperar o tão sonhado dia de ter o bebê nos braços!
Dr. Luiz Fernando Carvalho é ginecologista especializado em reprodução humana e endometriose. Doutor pela Cleveland Clinic, Universidade de São Paulo e Pós Doutor por Harvard, o médico é diretor da clínica Baby Center, além de membro da Sociedade Americana de Reprodução Humana (ASRM), Sociedade Europeia de Reprodução Humana (ESHRE) e Sociedade Americana de Laparoscopia Ginecológica (AAGL).