04 ago Embriões frescos ou congelados? Entenda a decisão da transferência
Graças ao desenvolvimento de pesquisas e constantes avanços na tecnologia da medicina reprodutiva, dia após dia surgem novas técnicas a favor da reprodução humana. No processo de fertilização in vitro (FIV), por exemplo, existe a possibilidade de transferir os embriões frescos ou congelados. Tais procedimentos são decididos pelo médico especialista em reprodução humana e essa decisão é compartilhada com o casal, mas você sabe qual a diferença entre eles?
A transferência de embriões frescos se resume, basicamente, quando os embriões são formados durante o ciclo estimulado e são transferidos para o útero logo depois do seu processo de “formação”, que se dá de três a cinco dias após a fertilização de óvulos e espermatozoides. Isto é, a transferência é feita dias seguintes à fertilização em laboratório.
Já os embriões congelados, como o próprio nome sugere, são guardados em recipientes adequados e congelados para serem transferidos no futuro, quando a mulher estiver em melhores condições de saúde ou quando simplesmente se sentir preparada para engravidar.
Quando o congelamento de embriões é indicado?
Uma das etapas da fertilização in vitro é a estimulação ovariana, feita por meio de medicamentos, com o objetivo de motivar a produção de óvulos, para que enfim sejamaspirados e fertilizados. Na fase de estímulo do ovário, a mulher é submetida à altas taxas hormonais, o que pode desencadear uma Síndrome da Hiperestimulação Ovariana (SHO), que é uma complicação relacionada ao hormônio HCG e que pode atrapalhar a implantação do embrião no endométrio, bem como a gestação, se houver. Quando há riscos para o desenvolvimento da síndrome, o mais indicado é optar por embriões congelados, para garantir a segurança da paciente e aumentar as chances de eficácia do tratamento.
Nesse caso, congela-se todos os embriões para serem transferidos em um ciclo menstrual posterior, onde não terá estimulação por medicamentos hormonais.
No geral, os principais motivos clínicos para o congelamento são:
1-) Risco de Síndrome do Hiperestímulo
2-) Elevação precoce da progesterona
3-) Criopreservação seriada
4-) Necessidade de bloqueio longo (Adenomise)
5-) Necessidade de biópsia de embrião – Caso do PCR/NGS
6-) Necessidade de cirurgia para posterior transferência de embrião
Existe uma indicação social não clínica para o congelamento?
Sabemos que após os 35 anos de idade as chances de a mulher engravidar naturalmente caem de forma progressiva. Por conta disso, muitas mulheres optam pelo congelamento de óvulos ou de embriões antes dos 30 anos, fase em que a capacidade ovariana é ideal para a maioria das mulheres. Com esses procedimentos, é possível que a fertilização in vitro ou transferência embrionária, respectivamente, sejam feitas mais tarde, quando a mulher ou casal quiserem ter filhos.
Atualmente, a transferência de embriões congelados é muito segura e aproximadamente 95% do material preservado tem a sua qualidade mantida após o descongelamento. As taxas de gravidez depois da conclusão do processo de FIV são semelhantes para os dois tipos de transferências, mas podem variar de acordo com alguns fatores particulares de cada paciente, como idade, qualidade do sêmen, entre outros.
É importante ressaltar que a opção ideal de transferência será sempre avaliada e indicada pelo médico especialista em reprodução humana.