O plasma rico em plaquetas (PRP), como o próprio nome diz, é definido como um volume de plasma (parte líquida do sangue) que contém uma concentração de plaquetas acima do normal. As plaquetas são fragmentos celulares que estão envolvidos, principalmente, na cascata de coagulação, ou seja, impedem que um sangramento continue por muito tempo. Elas são sintetizadas a partir de uma célula presente na medula óssea (dentro dos nossos ossos).
As plaquetas possuem muitos fatores de interesse como fatores de crescimento, proteínas e citocinas. Essas substâncias podem interagir com uma série de vias funcionais que temos no nosso corpo, inclusive com hormônios, células-tronco, sistema imunológico, sistema de coagulação, neurotransmissores, e sistema de energia das nossas células.
A partir do conhecimento dessas interações, as plaquetas passaram a ser investigadas com um novo potencial, o rejuvenescimento dos tecidos, e o plasma risco em plaquetas tem sido utilizado para diversas aplicações médicas como cirurgia plástica, regeneração muscular, lesão de tecidos e ossos, e, voltando ao nosso foco, para reprodução humana.
O rejuvenescimento do ovário através de infusão do PRP é uma técnica médica em ascensão que tem como principal objetivo fazer com que mulheres que não liberam mais óvulos tenham perspectiva de voltar a libera-los a partir de seus próprios ovários. Além disso, o PRP pode ser utilizado para tratamento de endométrio fino ou atrófico, estimulando o crescimento do endométrio para possibilitar a implantação embrionária adequada. Desse modo, a técnica é indicada para mulheres que apresentam falência ovariana precoce, baixa reserva ovariana ou apresentam alterações endometriais.
Essa técnica consiste em duas etapas:
Após esse procedimento, as pacientes devem ser acompanhadas por um período de tempo para verificar se houve crescimento folicular e alteração nas concentrações hormonais no sangue ou se o endométrio evoluiu.
A abordagem para crescimento de endométrio já foi descrita em artigos científicos. O primeiro estudo foi realizado em 2015 por um grupo de chineses que verificaram crescimento do endométrio em cinco mulheres que tinham endométrio fino e estavam realizando FIV¹. O mesmo resultado foi verificado em um estudo com 10 mulheres realizado no Brasil².
Em relação ao crescimento de folículos, um estudo realizado em 2013 em uma paciente oncológica sem os dois ovários (tecido do ovário foi congelado) demonstrou crescimento de folículos in vitro com a utilização do PRP³. Um segundo estudo também demonstrou crescimento de folículos com o uso do PRP.
Estudos científicos sobre PRP em reprodução humana ainda são escassos e com poucas pacientes, logo, não é possível chegar a conclusões robustas sobre a real eficácia e segurança da técnica. Para isso, são necessárias novas pesquisas que indiquem a real eficácia terapêutica, porém, o plasma rico em plaquetas apresenta um potencial promissor para melhorar essas condições de infertilidade.
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