Para entendermos o objetivo da técnica de assisted hatching, que pode ser traduzida para o português como “implantação embrionária assistida”, temos que entender como o processo de fertilização ocorre naturalmente e, principalmente, entender a função de uma estrutura muito importante nesse processo: a zona pelúcida.
Na gestação natural, o óvulo encontra o espermatozoide na tuba uterina e assim ocorre a fecundação nesse mesmo local. Após 5 a 6 dias de desenvolvimento do embrião na tuba, inicia-se o processo de migração para o útero, onde o embrião será implantado no endométrio.
Ao chegar ao útero, a camada externa que reveste o embrião nesse momento, chamada de zona pelúcida, quebrada e liberada. A zona pelúcida é uma espécie de casca gelatinosa que reveste o embrião e tem a função de evitar a penetração e fertilização de mais um espermatozoide naquele óvulo já fecundado. O processo de quebra da zona pelúcida é muito importante para que ocorra a implantação embrionária, processo conhecido como nidação.
Algumas mulheres, principalmente aquelas com mais de 37 anos e altos níveis de FSH, possuem a zona pelúcida dos óvulos mais rígida e espessa, o que dificulta a implantação embrionária no endométrio. Além disso, o processo de congelamento/descongelamento também pode fazer com que a zona pelúcida fique mais rígida. A técnica de assisted-hatching é indicada para esses dois casos, à medida que ela cria uma pequena abertura na zona pelúcida antes da transferência de embrião que facilita a eclosão embrionária (liberação do embrião da zona pelúcida).
A técnica de assisted-hatching é realizada antes da transferência embrionária (no terceiro ou quinto dia do desenvolvimento embrionário) através de três estratégias: LASER (melhores resultados), solução ácida (Tyrode) ou por estratégia mecânica, através de dissecção parcial da zona pelúcida.
O assisted-hatching é indicado para mulheres com idade maior ou igual a 38 anos, embriões de baixa qualidade ou falha de implantação em dois ou mais ciclos de FIV realizados. Nesses casos, a técnica pode ajudar no processo de nidação, demonstrando maiores taxas de sucesso para implantação embrionária. Porém, um estudo publicado no ano de 2018 demonstrou que a técnica não apresentou melhora significativa nos resultados reprodutivos para mulheres com idade avançada¹, sendo necessários mais estudos para aprimorar esse procedimento.
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