Congelar ou Transferir?

Graças ao desenvolvimento de pesquisas e constantes avanços na tecnologia da medicina reprodutiva, dia após dia surgem novas técnicas a favor da reprodução humana. No processo de fertilização in vitro (FIV), por exemplo, existe a possibilidade de transferir os embriões frescos ou congelados. Tais procedimentos são decididos pelo médico especialista em reprodução humana e essa decisão é compartilhada com o casal, mas você sabe qual a diferença entre eles?

A transferência de embriões frescos para o útero é realizada logo após a “formação” do embrião, processo que ocorre em três a cinco dias após a fertilização dos óvulos e espermatozoides no laboratório de reprodução humana.

Já os embriões congelados, como o próprio nome sugere, são armazenados em recipientes adequados e congelados para serem transferidos no futuro, quando a mulher estiver em melhores condições de saúde ou quando simplesmente se sentir preparada para engravidar.

Quando o congelamento de embriões é indicado?

Uma das etapas da fertilização in vitro é a estimulação ovariana, realizada através de medicamentos com o objetivo de estimular a produção de óvulos para que estes sejam aspirados e fertilizados. Na fase de estímulo do ovário, a mulher é submetida a altas concentrações hormonais, o que pode desencadear a Síndrome da Hiperestimulação Ovariana (SHO). Essa síndrome é uma complicação relacionada ao hormônio hCG que pode interferir na implantação do embrião no endométrio, bem como na gestação, se houver. Quando há riscos para o desenvolvimento dessa complicação, o mais indicado é optar por embriões congelados, para garantir a segurança da paciente e aumentar as chances de eficácia do tratamento.

No geral, os principais motivos clínicos para o congelamento são:

  • Risco de Síndrome de Hiperestimulação Ovariana
  • Elevação precoce da progesterona
  • Criopreservação seriada
  • Necessidade de bloqueio longo (Adenomiose)
  • Necessidade de biópsia de embrião – Caso do PCR/NGS
  • Necessidade de cirurgia para posterior transferência de embrião

Existe uma indicação social não clínica para o congelamento?

Sabemos que após os 35 anos de idade as chances de a mulher engravidar naturalmente diminuem de forma progressiva. Por conta disso, muitas mulheres optam pelo congelamento de óvulos ou de embriões antes dos 30 anos, fase em que a capacidade ovariana é ideal para a maioria das mulheres. Com esses procedimentos, é possível que a fertilização in vitro ou transferência embrionária, respectivamente, sejam realizadas mais tarde, quando a mulher ou casal quiserem ter filhos.

Atualmente, a transferência de embriões congelados é muito segura e aproximadamente 95% do material preservado tem a sua qualidade mantida após o descongelamento. As taxas de gravidez são semelhantes para os dois tipos de transferências, mas podem variar de acordo com alguns fatores particulares de cada paciente, como idade, qualidade do sêmen, entre outros.

É importante ressaltar que a opção ideal de transferência será sempre avaliada e indicada pelo médico especialista em reprodução humana.

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