Evolução dos Embriões

Após a aspiração dos óvulos, a próxima etapa da fertilização in vitro (FIV) será “formar” propriamente os embriões em laboratório. O fluído folicular que foi coletado no centro cirúrgico e contém os óvulos é imediatamente encaminhado – através de uma pequena abertura – para o laboratório, que deve estar localizado no anexo ao lado. Duas horas antes do procedimento de aspiração folicular, o parceiro da paciente deverá coletar seus gametas, os espermatozoides, através da masturbação e estes serão igualmente levados em seguida ao laboratório.

O transporte dos gametas até o laboratório deve ser rápido para evitar que ocorra alguma alteração ou dano à qualidade dos óvulos e espermatozoides. No laboratório, embriologistas, profissionais qualificados que são responsáveis por “formar” os embriões, recebem o material e colocam os óvulos e espermatozoides em contato, em placas específicas de laboratório com meio de cultura adequado. Os óvulos que forem fertilizados pelos espermatozoides serão acompanhados diariamente até o quinto dia do desenvolvimento.

Assim que ocorre a fertilização do espermatozoide no óvulo, há fusão do material genético do pai (DNA) com o material genético da mãe e a formação de apenas uma célula chamada zigoto. Após 24 horas o zigoto sofre sua primeira divisão, dando origem a duas células chamadas de blastômeros. Nas próximas 12 horas, os dois blastômeros se dividem mais uma vez, dando origem a quatro células. Nas próximas 12 horas os quatro blastômeros se dividem e o embrião passa a ter oito células. Esse período de divisões é conhecido como clivagem.

As divisões começam a aumentar em menor espaço de tempo. No quarto dia o embrião é chamado de mórula (esse nome foi dado porque ele se assemelha a uma amora nesse estágio) e é constituído por várias células.

No quinto dia/sexto dia do desenvolvimento, o embrião adquire a conformação de blastocisto. Nesse estágio ele possui aproximadamente 200 células, uma cavidade interna chamada de blastocele, que irá constituir o intestino primitivo do futuro bebê e uma massa celular interna (embrioblasto), responsável por formar o feto propriamente dito durante a gravidez. O blastocisto também possui células do trofoblasto, camada mais externa que contribuir para formação da placenta. Na maioria das vezes, as transferências de embrião para o útero da mulher são realizadas nessa etapa de desenvolvimento do embrião, quando ele é um blastocisto.

Durante o ciclo de desenvolvimento do blastocisto, ele recebe diversos nomes, que são simplificados por siglas.

  • Blastocisto inicial (BI): já é possível observar uma pequena distinção das células.
  • Blastocisto cavitado (BC): nessa etapa, já é possível visualizar uma cavidade, no entanto, ela ainda é pequena e ocupa menos da metade do blastocisto. Além disso, a membrana que protege o blastocisto (zona pelúcida) ainda se encontra grossa.
  • Blastocisto expandido (BE): a cavidade (blastocele) passa a ocupar mais da metade do blastocisto, a zona pelúcida já é mais fina e está preparada para romper.
  • Blastocisto a iniciar eclosão (BHi): essa é a fase em que o blastocisto já rompeu a zona pelúcida e inicia o processo de implantação.
  • Blastocisto eclodido (BH): agora o blastocisto já está pronto para a implantação no útero da mulher!

No Baby Center Medicina Reprodutiva, utilizamos uma subclassificação de blasto que vai de 2 até 6, determinada por Gardner, D (2001). Entre o blasto 3 e 4 há ainda uma classificação de A-B-C, referente a quantidade e qualidade das células.

Por que transferir blastocistos?

O maior benefício é poder selecionar o embrião com a melhor qualidade celular, logo, com maior possibilidade de implantação. Se o blastocisto conseguiu evoluir e “passar” pelos seus devidos estágios, é sinal de que ele pode se desenvolver muito bem no útero materno.

Para que o casal tenha mais segurança, é recomendável que se tenha no mínimo quatro embriões “bons”, para garantir que pelo menos um deles amadureça e chegue ao estágio de blastocisto. É importante lembrar que cada caso é único, por isso, é imprescindível confiar no médico especialista em reprodução humana, pois será ele quem indicará o melhor estágio embrionário para a transferência.

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